sábado, 24 de outubro de 2020

Dica - existe inobstante? / o máximo e a máxima / perda e perca / artigo definido ou pronome demonstrativo?

 Embora seja comum na linguagem jurídica, os dicionários Aurélio, Houaiss e o Michaelis e o VOLP não registram o conectivo inobstante, pois as únicas expressões inexistentes são 'não obstante' e 'nada obstante'.

A máxima - princípio básico e incontestável de uma arte ou ciência, isto é, um axioma, uma afirmação que não exige prova para ser considerada verdadeira / O máximo - excelente em seu gênero, cheio de qualidades

Perda - substantivo / Perca - verbo perder no presente do subjuntivo, imperativo afirmativo ou negativo. Pode ser uma espécie de peixe de água doce, mas, neste caso, é pronunciado com e aberto.

O - artigo definido: acompanha o substantivo / O - pronome demonstrativo: substitui o substantivo e evita a repetição de um termo anteriormente citado

Dica - crase antes de verbos e locuções femininas / texto pessoal e impessoal / sócio-econômico ou socioeconômico? / acentuação de juízo

 Por não haver artigo antes de verbos, não ocorre crase antes deles. A crase ocorre em locuções formadas por palavras femininas, sejam elas prepositivas, conjuntivas ou adverbiais (exceto nos adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, a menos que cause ambiguidade).

A pessoalidade em um texto é caracterizada pelo uso da 1ª pessoa do singular ou do plural, enquanto a impessoalidade apresenta o verbo na 3ª pessoa do singular ou do plural, podendo ou não estar acompanhado do pronome se.

Alguns tipos de redação, como a carta e a narração, aceitam o uso da 1ª ou da 3ª pessoa, de acordo com a necessidade. A dissertação argumentativa se caracteriza pelo afastamento entre o autor e o leitor, por isso a 3ª pessoa deve ser preferida e a 1ª pessoa deve ser evitada.

O elemento socio se une à palavra seguinte através de hífen somente quando esta começa por o ou h. Nos demais casos, não se usa hífen e retira-se o acento agudo do prefixo.

Como a letra i forma hiato tônico com a vogal anterior, não há outra consoante na mesma sílaba, a palavra juízo é acentuada. Isto é, a letra i forma sílaba sozinha e não há nh iniciando a sílaba seguinte.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Dica - ter a ver e ter a haver / valer a ou à pena? / desce redondo ou redonda? / vírgula em adjuntos adverbiais

 Ter a ver - ter relação com, corresponder, dizer respeito a / Ter a haver - ter algo a receber, ter quantias monetárias para serem recebidas / Ter haver - não existe

Na expressão 'vale a pena', pena é usada no sentido de dor, sacrifício e sofrimento. Não se usa o acento indicador de crase, pois o verbo valer é transitivo direto, não ocorre preposição, apenas o artigo a.

O adjetivo é variável e se refere a um substantivo ou pronome substantivo, indicando qualidade, característica, condição, aparência, estado, aspecto, defeito ou local de origem. O advérbio é invariável e se refere a um verbo, adjetivo, advérbio ou oração, expressando circunstância: lugar, tempo, modo, intensidade, afirmação, negação ou dúvida. O adjetivo varia em gênero, número e grau, enquanto o advérbio só varia em grau (comparativo e superlativo). 

É comum o uso do adjetivo com valor de advérbio, nesse caso, mesmo que haja um termo feminino ou plural, o adjetivo permanece em sua forma invariável, pois se refere ao verbo, e não ao substantivo. 

A vírgula é facultativa em adjuntos adverbiais longos que estão antepostos ou intercalados, e proibida quando estão na ordem direta. É desnecessária quando o adjunto adverbial é apenas um advérbio, exceto em caso de ênfase.

Dica - afirmação que ou de que? / é correto 'agradecer a alguém pela gentileza'? / quem a identificar ou quem identificá-la? / aberto ou abrido?

 Nessas construções, quando a preposição de está antes do pronome que, seu uso é opcional.

Embora Celso Pedro Luft admita a construção 'agradecer ao professor pelo apoio', no qual 'pelo apoio' funciona como adjunto adverbial de causa, indicando a razão do agradecimento, a gramática tradicional considera essa construção imitação de construção italiana, recomendando a construção legitimamente portuguesa.

Apesar de o pronome interrogativo quem ser um fator de próclise, pode-se usar a ênclise pelo fato de o verbo estar o infinitivo impessoal. Mesmo havendo palavra atrativa, a gramática permite que o pronome oblíquo seja usado após o verbo. O mais usado é a ênclise, mas não há erro no uso da próclise.

Antigamente, o verbo abrir tinha dois particípios: abrido e aberto. O primeiro caiu em desuso, sendo usada a forma irregular com qualquer verbo auxiliar.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Dica - casar ou casar-se? / irmãmente existe? / cerca de, a cerca de, acerca de e há cerca de / não-violência ou não violência?

 Casar pode ou não ser usado como verbo pronominal, diferente de divorciar-se, que é sempre verbo pronominal. O zé-povinho pensa assim: Ora, se o padre casa os noivos, mas os noivos se casam, por que o pronome é obrigatório?

Os advérbios terminados em mente são derivados de adjetivos, mas, em geral, os dicionários só registram os adjetivos, porque seu processo é automático, basta adicionar -mente a qualquer adjetivo. Isso não significa que os advérbios derivados não existam.

Como esse sufixo é tônico, todos os advérbios terminados em mente são paroxítonos e não são acentuados. Isso não afeta o til, que é sinal gráfico, e não acento gráfico, ou seja, indica a nasalização da vogal.

A cerca de e cerca de significam aproximadamente, acerca de, a respeito de ou sobre e há cerca de, faz ou existe aproximadamente.

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, não se usa o hífen com as palavras não e quase com função prefixal: não agressão, não beligerante, fumante, não violência, não participação, quase posse, quase domicílio, quase delito, quase irmão.

Dica - todo e todo o / aluguer, alugueres / fim de semana tem hífen? / proceder, não obstante e em que pese

 Todo + substantivo - cada, qualquer / Todo o + substantivo - inteiro, completo

Aluguer existe, porém é mais usada em Portugal ou na linguagem jurídica, uma vez que no Brasil prefere-se aluguel. Seu plural é formado com o acréscimo de es - alugueres, assim como qualquer substantivo terminado em r, z e s (monossilábico ou oxítono).

Não se usa hífen nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas, com exceção daquelas já consagradas pelo uso, com significado próprio: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará e à queima-roupa.

Proceder, no sentido de iniciar, executar ou realizar, é transitivo indireto, regendo a preposição a. Não obstante pode ser locução prepositiva (não seguida de verbo ou seguida de verbo no infinitivo), locução conjuntiva adversativa (seguida de verbo no indicativo) ou locução conjuntiva concessiva (seguida de verbo no subjuntivo).

Em que pese a é uma locução prepositiva usada para se referir a pessoas, e em que pesem é uma conjunção concessiva, variável em número, concordando com o sujeito.

Dica - pró-ativo ou proativo? / vírgula em orações adverbiais / bastante e bastantes / master ou máster?

Proativo, apesar de ser um neologismo recente, se escreve sem acento e sem hífen. Pró-ativo não existe.

Os prefixos pre, pro e pos, quando átonos, unem-se à outra palavra sem hífen. As formas tônicas (pré, pró e pós), exigem hífen antes de qualquer palavra.

A vírgula é facultativa quando a oração adverbial estiver após a oração principal e obrigatória quando estiver após a oração principal ou intercalada, e também quando for reduzida (de gerúndio, particípio ou infinitivo). A única exceção é a adverbial consecutiva.

Para não usar de forma errada, substitua bastante por muito ou suficiente. Se estes permanecerem invariáveis, bastante também o será. Se estes forem para o plural, bastante também o será.

Master é palavra inglesa. Em português, recomenda-se máster, porque todas as palavras paroxítonas terminadas em r são acentuadas.


Dica - é correto dizer 'muito pouco'? / o juiz intermedeia ou intermedia? / vírgula antes de e sim / pré-determinado ou predeterminado?

 A expressão muito pouco pode ser substituída pela forma sintética pouquíssimo, sem alterar o sentido original. Nada de errado, pois o advérbio muito intensifica o adjetivo pouco.

O advérbio muito fica invariável, mas o adjetivo pouco concorda com o substantivo a que se refere.

O verbo intermediar é derivado de mediar, devendo seguir sua conjugação.

Os verbos mediar, ansiar, remediar, intermediar, incendiar e odiar e seus derivados fazem a conjugação com eio. Os demais, como anunciar, evidenciar, licenciar etc., fazem a conjugação com io.

Como a expressão e sim introduz ideia contrária à exposta na oração anterior, deve ser antecedida de vírgula. O mesmo acontece com e não.

Prefixado, preestabelecido e predeterminado são escritos sem hífen e sem acento, as formas pré-estabelecido, pré-determinado e pré-fixado não existem.


Dica - agora há pouco ou daqui a pouco? / de encontro a ou de encontro com? / hum, treis, deiz, cincoenta e seicentos / há ponto final depois de etc.?

 Quando se usa agora há pouco, usa-se o verbo haver, pois há referência a um tempo transcorrido.

Quando se usa daqui a pouco, usa-se a preposição a, pois há referência a um momento futuro.

Para indicar tempo passado, existência ou acontecimento, use o verbo haver; para indicar tempo futuro ou distância, use a preposição a.

A expressão de encontro a, que indica oposição, choque ou colisão, não pode ter a preposição a substituída por nenhuma outra. Não deve ser confundida com ao encontro de, que indica concordância, aceitação e favorecimento.

O preenchimento de um cheque não segue a norma culta, pode-se escrever hum, trêz, trez, treis, treiz, deiz, cincoenta, seicentos, seisentos. Em quaisquer outros textos, deve-se grafar um, três, deiz, cinquenta e seiscentos.

Etc. é a abreviatura da expressão latina et cetera, que significa 'e as demais coisas'. Deve ser seguida de ponto final, chamado de ponto abreviativo. O uso da vírgula antes de etc. é facultativo, mas recomendado para a maioria dos gramáticos.


Dica - cada verbo com seu objeto / de segunda a ou à sábado? das 9h as ou às 22h? / emprego do verbo reaver / vou lhe usar ou vou usá-lo?

 Só se pode atribuir um único objeto a verbos de regências iguais: li e entendi o texto. Ambos são transitivos diretos, portanto podem ter o mesmo complemento.

Se os verbos tiverem regências diferentes, deve-se atribuir a cada verbo um objeto: vi e gostei do filme. (registro informal, coloquial) / vi o filme e gostei dele. (registro formal, culto)

Se houver apenas a preposição de, haverá apenas a preposição a, logo não ocorrerá crase.

Quando a frase tiver a correlação da... a ou do... a, ocorrerá crase.

Reaver, derivado do verbo reaver, é irregular e defectivo, tem conjugação incompleta. Ou seja, só se conjuga nas formas em que este conserva a letra v. As formas inexistentes são supridas pelos sinônimos recuperar e recobrar.

Se um objeto direto for substituído por um pronome, usam-se as formas o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas, além das formas me, te, se, nos, vos.

Se um objeto indireto for substituído por um pronome, usam-se as formas lhe, lhes, além das formas já citadas.

Dúvida - sito a ou sito em? / DVD's ou DVDs: sigla tem plural? / a mim me parece: pleonasmo vicioso ou ênfase?

 Sito é abreviação de situado e, na indicação de lugar exato, deve ser acompanhado da preposição em. A preposição a deve ser usada exclusivamente na indicação de distância ou tempo preciso.

Como toda forma de particípio, situado tem feminino: situada e sito se torna sita.

Para evitar estranheza ao leitor, em uma dissertação argumentativa, reportagem ou notícia, recomenda-se o uso de situada em vez de sita, que é forma típica da linguagem cartorial.

O plural de abreviaturas e siglas (com exceção do etc.) é feito com um s minúsculo. É incorreto o uso do apóstrofo nesses casos, pois esse sinal gráfico é usado apenas para indicar supressão de letras. Trata-se de uma suposta cópia do inglês, pois, nesse insigne idioma, o s indica posse, e não plural.

Pleonasmo é uma figura de construção ou sintática que consiste na repetição de um termo já expresso. Esse recurso estilístico empresta mais força e intensidade à frase. Quando a repetição não traz nenhuma energia à expressão, o pleonasmo deixa de ser figura de linguagem e torna-se vício, como em regra geral, prefeitura municipal, recordar o passado, hábitat natural, exultar de alegria.

Junto a significa ao lado de, perto de, adido a: adicionado, acrescentado, agregado ou incorporado. Não substitui outras preposições como em, de, para ou com. Junto com e juntamente com são pleonasmos viciosos, basta usar apenas com.


Dica - cidades que nevam? / re-eleger não existe / adequa ou adéqua? / 1,5 bilhão ou bilhões?

Como são impessoais, os verbos que indicam fenômenos da natureza só podem ser usados na 3ª pessoa do singular, independentemente do modo e do tempo, a menos que sejam usados em sentido figurado, assim, concordam obrigatoriamente com o sujeito a que se referem.

Assim como reenviar, reeditar, reescrever, reelaborar, reeducar, reerguer, reencontrar, reexibir e reembolsar, o prefixo re nunca exige hífen. Da mesma forma: reaver, reabilitar, reidratar, reaver, remarcar, relembrar, rever, refazer, reler, reiniciar, recarregar, renomear, reabrir, reestruturar, restabelecer.

Ainda que o dicionário Houaiss considere-o como verbo regular, segundo a maioria dos gramáticos, o verbo adequar é considerado como defectivo, conjugado apenas nas formas arrizotônicas: adequamos, adequais (presente do indicativo), adequemos, adequeis (presente do subjuntivo), adequemos, adequai (imperativo afirmativo), não adequemos, não adequeis (imperativo negativo). Nos demais tempos, comporta-se como um verbo regular da 1ª conjugação, como cantar.

Nas formas inexistentes, é suprido pelos sinônimos amoldar, acomodar, adaptar e ajustar ou por locuções verbais.

Termos como milhão, bilhão, trilhão, metro, litro, quilômetro, quilo etc., devem concordar com o número que antecede a vírgula.

Dica - derivados de ter / aja ou haja? / há crase sem palavra feminina? / ouvi-lo ou ouví-lo?

 Nem todos os verbos terminados em ter são derivados de ter, como bater, combater, cometer, comprometer, converter, debater, derreter, inverter, intrometer, perverter, prometer, subverter, reverter, verter. Estes, no entanto, seguem a conjugação de vender. Manter, conter, deter, reter, entreter, obter, abster-se, ater-se e suster derivam de ter.

Haja é forma verbal do verbo haver no imperativo afirmativo ou negativo. Aja é forma verbal do verbo agir idem. 

Como a gramática não admite repetição de vocábulos que pertençam a uma família de raiz e significação comuns (rei, Regina, reger, regência, regente; mês, mensal, menstruação, bimensal, bimestral), o ideal é substituir o vocábulo ou deixá-lo subentendido.

Acentuam-se apenas as formas verbais oxítonas terminadas em a, e e o, acompanhadas dos pronomes oblíquos átonos lo, la, los, las, no, na, nos, nas, sejam estes enclíticos ou mesoclíticos. As formas verbais terminadas em i só são acentuadas se este i participar de um hiato.

Dica - reunião monstro ou monstra? / são, ssão ou ção / ela mesmo foi ou ela mesma foi? / trata-se ou tratam-se?

 Se um substantivo for usado como adjetivo (derivação imprópria), ele permanecerá sempre invariável, mesmo que o termo seguinte seja feminino ou plural.

SÃO - para substantivos derivados de verbos terminados em nder, ndir, erter, ertir, ergir, correr e pelir

SSÃO - para substantivos derivados de verbos terminados em gredir, ceder, mitir, cutir, meter e primir

ÇÃO - para substantivos derivados de verbos terminados em ter e torcer, palavras derivadas de vocábulos terminados em to, tor e tivo, substantivos derivados de verbos de ação terminados em ar e verbos que perderam o r e após ditongo quando houver som de s

Mesmo, no sentido de próprio, usado como pronome demonstrativo de reforço, faz normalmente a concordância. No sentido de realmente, usado como advérbio de afirmação, é invariável. No sentido de embora, usado como conjunção subordinativa concessiva, é invariável.

No sentido de dizer respeito ou consistir em, a forma correta é trata-se. Com outros sentidos, o verbo tratar admite conjugação no plural, concordando com o sujeito da oração.

Há quatro casos de sujeito indeterminado: verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência, verbo no infinitivo impessoal, pronome 'você', de uso coloquial, que atua como indeterminador do sujeito e verbos transitivos indiretos, intransitivos, de ligação e transitivos diretos, seguidos de objeto direto preposicionado, na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Dica - as vezes ou às vezes? / com si ou consigo? / vítima ou acidente fatal? / a gente vamos?

 Com acento grave no as, às vezes significa de vez em quando. Se for possível a substituição, usa-se a crase. Se for impossível ou se a frase ficar sem sentido, usa-se 'as vezes' sem acento grave no as.

Os pronomes mim, ti e si, ao serem precedidos da preposição com, transformam-se em comigo, contigo e consigo. O mesmo não ocorre com os pronomes nós e vós, que admitem as formas com nós e com vós.

Segundo os dicionários, o acidente é fatal, e não a vítima. Uma doença, assim como um choque, uma queda, uma batida, provocam uma morte, por isso matam. Uma pessoa não provoca uma morte, sofre-a, portanto não mata, e sim morre.

É possível efetuar a concordância não com a palavra em si, mas com a ideia que ela encerra. Não se deve usar esse tipo de construção em documentos oficiais, artigos científicos e redações, com exceção do caso dos pronomes de tratamento (Vossa Senhoria está impressionado).

Essa construção é aceitável quando há distanciamento entre o verbo e o termo que indica o sentido do sujeito, podendo seguir a concordância gramatical, ficando no singular, ou seguir a ideia de coletividade, ficando no plural.

A esse tipo de concordância irregular, psicológica, mental ou figurada, dá-se o nome de silepse ou concordância ideológica, que configura uma figura de linguagem. Pode ser de gênero, número ou pessoa. 

Dica - à esquerda e à direita / enquanto que ou enquanto? / transposição de voz verbal com verbo transitivo indireto? / assisti-lo ou assistir a ele?

 Quando as expressões 'à esquerda' e 'à direita' indicam lugar ou posição, o uso da crase é de rigor. Caso contrário, não se usa o acento grave.

A conjunção 'enquanto' une orações que expressam fatos simultâneos ou opostos. Em documentos oficiais, artigos científicos e redações, não se deve usar a expressão 'enquanto que'. Em textos literários, seu uso é aceito.

Transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva só é possível com verbos transitivos diretos ou verbos transitivos diretos e indiretos. Com verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, tal transposição é impossível.

Todo objeto direto pode ser substituído pelos pronomes o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas, me, te, se, nos, vos. A maioria dos objetos indiretos pode ser substituído pelos pronomes lhe, lhes, além dos já citados me, te, se, nos e vos.

Esse uso é impossível com os verbos assistir (no sentido de ver), aspirar (no sentido de almejar), visar (no sentido de ter em vista), responder (no sentido de dar resposta a), aludir (fazer alusão), referir-se, recorrer (no sentido de interpor recurso judicial ou administrativo), depender e anuir (dar consentimento, aprovação). Nesses casos, não se usam os pronomes oblíquos átonos, mas sim os tônicos a mim, a ti, a si, a ele, a ela, a eles, a elas, a nós, a vós.

Dica - premeia ou premia? maqueia ou maquia? / isto ou isso? / faz ou fazem 4 anos? / pego ou pegado?

 Quanto ao verbo premiar, as duas formas são corretas: premia é a forma correta de conjugação no Brasil, enquanto premeia é a forma correta de conjugação em Portugal. Essa regra também se aplica ao verbo negociar: negoceia e negocia.

Já quanto ao verbo maquiar, este é regular, assim como confiar, portanto não se usa o ditongo ei.

Os verbos que fazem parte do grupo MARIO, como mediar, ansiar, remediar, intermediar, incendiar e odiar, apesar de terminarem em IAR, são irregulares e formam o ditongo ei nas formas rizotônicas (naquelas em que o acento tônico recai no radical).

Quando há referência a um termo anteriormente citado, usam-se os pronomes esse, essa e isso. Essa é a razão pela qual usa-se a expressão por isso.

Quando há referência a um elemento que ainda será citado, usam-se os pronomes este, esta e isto.

Quando indica tempo transcorrido ou fenômeno meteorológico, o verbo fazer é impessoal, ou seja, deve ser usado sempre na 3ª pessoa do singular, independentemente de o restante da frase estar no singular ou no plural. Entretanto, o verbo passar pode ser usado como pronominal e pode concordar com o sujeito.

Normalmente, os verbos de nosso idioma têm o particípio terminado em -ado ou -ido. Porém, alguns, chamados de verbos abundantes, têm particípio duplo, o regular, terminado em ado ou ido, e o irregular, proveniente do latim ou de nome que tem aplicação como verbo. Eventualmente, alguns só possuem a forma irregular.

Embora o uso tenha consagrado o particípio pego, segundo o gramático Rocha Lima, deve-se preferir a forma 'pegado' com qualquer verbo auxiliar. Trata-se de um neologismo rejeitado pelos gramáticos tradicionais, visto pelo povo por associação com pago (particípio irregular de pagar).

Dica - regra de acentuação dos ditongos abertos éu, éi e ói / acentuação em verbos com pronome / orações com o verbo haver / forma ou fôrma?

 Antes do Novo Acordo Ortográfico, todos esses ditongos eram acentuados. Depois da reforma, esse acento desapareceu nas palavras paroxítonas e foi mantido nos monossílabos tônicos e nas oxítonas.

Para acentuar formas verbais com pronomes oblíquos átonos em ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo), retira-se o pronome e considera-se a forma verbal isoladamente. Em seguida, verifica-se se há ou não acento.

No sentido de existir, acontecer ou realizar-se, o verbo haver é impessoal, deve permanecer na 3ª pessoa do singular, independentemente de o objeto direto estar no singular ou no plural. Por não possuir sujeito, a oração não pode ser transformada para a voz passiva.

Uma oração só pode ser transposta para a voz passiva com verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos. Isso não ocorre com verbos transitivos diretos, porque o complemento é preposicionado (com exceção dos verbos responder, obedecer e desobedecer, assistir - no sentido de ver, pagar e perdoar - com complemento de pessoa ou instituição e apelar - no sentido de interpor recurso judicial ou administrativo), verbos intransitivos, por não possuírem complemento (exceto se tiverem objeto direto com o mesmo radical ou da mesma área semântica) e verbos de ligação, porque indicam estado, e não ação. Esses verbos só admitem ou a voz ativa ou a reflexiva. Essa regra também se aplica a verbos transitivos diretos com objeto direto preposicionado.

O sujeito é transformado em agente da passiva, o objeto direto em sujeito, o auxiliar assume o mesmo tempo e o modo, o verbo principal ficará sempre no particípio, sempre será adicionado um verbo auxiliar (ser, estar, ficar, andar, ir ou vir). Transpor uma oração da voz ativa para a passiva não muda o sentido. Se o sentido se alterar, não deve se fazer a transformação.

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o acento circunflexo é facultativo no substantivo forma (formato) e na forma verbal forma (3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo do verbo formar) para diferenciar de fôrma (recipiente). Em situações formais, recomenda-se que o acento ocorra para evitar ambiguidades.

Dica - subjuntivo ou indicativo? / sujeito composto ligado por ou

 O modo subjuntivo expressa um fato duvidoso, provável. Quando se quer expressar a ideia de certeza, usa-se o modo indicativo. Quando o suje...